terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Moura quer avançar em produtos para a indústria

Tradicional fornecedora do setor automotivo, onde detém 50% do mercado nacional, empresa planeja investir R$ 500 milhões até 2020



Por: Adriana Guarda

http://www.panoramabrasil.com.br/empresas-e-negocios/baterias-moura-quer-avancar-em-produtos-para-a-industria-id101127.html


RECIFE

Líder no setor de baterias automotivas, a Baterias Moura vai investir R$ 500 milhões até 2020. Para este ano a previsão é aplicar R$ 85 milhões na construção de novas fábricas e modernização do parque industrial, além de continuar a estratégia de diversificar o portfólio de produtos com maior conteúdo tecnológico. Hoje, 80% do faturamento da empresa vem das baterias automotivas, que estão presentes em 50% dos carros produzidos no Brasil e em 40% dos veículos argentinos. A ideia é avançar no setor de baterias industriais para telefonia, empilhadeiras e máquinas elétricas. A previsão é que até 2015, esse segmento represente entre 20% e 25% do faturamento da companhia, que surgiu no município de Belo Jardim, localizado no Agreste de Pernambuco.

Para ganhar musculatura no novo setor, a Baterias Moura está modernizando e diversificando seu parque industrial. “Estamos investindo nesse novo segmento, com uma nova linha de produção de baterias industriais em Belo Jardim. Nós compramos uma fábrica no Canadá, desmontamos essa fábrica, trouxemos para cá e estamos instalando no município. Temos 55 anos no mercado de baterias e tecnologia. Precisamos estar atentos às oportunidades, além de ampliar o portfólio de produtos e diminuir a dependência do setor automotivo”, explica o diretor financeiro do grupo, Tiago Tasso.

O executivo adianta que a ideia de aumentar a participação das baterias industriais no negócio ganhou força nos últimos três anos. Na carteira de clientes estão as principais companhias de telecomunicações do País (Claro, Vivo, TIM e Oi), além de empresas do setor de máquinas.

Pesquisa

Para encampar a estratégia de investir em outros setores, a Baterias Moura está investindo na construção do Instituto de Tecnologia Edson Mororó (nome do fundador da empresa). O centro será erguido em Belo Jardim e será uma espécie de laboratório para desenvolvimento de novas tecnologias. “Somos uma indústria com alto conteúdo tecnológico. Precisamos constantemente desenvolver novas soluções para os nossos clientes, oferecendo produtos mais competitivos e alinhados à tendência de sustentabilidade do mundo moderno”, observa Tasso, lembrando os carros híbridos e elétricos.  A previsão é que a construção do instituto seja iniciada ainda no primeiro trimestre deste ano para começar a funcionar em 2014. A proposta é que o centro reúna engenheiros e academia para apresentar produtos e soluções ao mercado.

Ao longo de sua história a Moura vem apostando na verticalização da empresa. Só em Belo Jardim a empresa conta com quatro fábricas, que fazem desde a parte metalúrgica da bateria, passando pela injeção de plástico da parte externa até a distribuição e recolhimento das baterias usadas para reutilizar parte delas. Com participação importante no mercado argentino, a companhia está investindo US$ 30 milhões em uma fábrica no País, com capacidade para produzir 1 milhão de baterias por ano. Até julho a previsão é que esteja em funcionamento a primeira linha de produção, que vai receber as peças do Brasil e concluir a montagem das baterias. A projeção da Moura é que até 2015 a fábrica seja concluída com todo o processo de verticalização. Com a construção e expansão das fábricas, a produção de baterias em 2013 deverá saltar de 6 milhões para 7 milhões até o final de 2013. Hoje, a empresa conta com um grupo de 80 colaboradores na Argentina e outros 100 deverão ser contratados para operar a nova fábrica. No grupo, são 3,2 mil empregados.

Além dos planos na Argentina, este ano a Moura também vai decidir se investe na construção de uma fábrica de baterias para motocicletas, de olho na expansão do segmento. Em 2012, a empresa investiu R$ 90 milhões em tecnologia e no portfólio de produtos. O faturamento da Moura fechou em R$ 650 milhões em 2012. A previsão inicial era crescer entre 8% e 9%, mas a crise global encolheu o resultado para 6%. Para este ano a projeção é voltar a crescer entre 5% e 6%. 

O ano de expansão da empresa também mira a sustentabilidade. “Estamos contratando uma consultoria especializada para fazer um estudo de redução das emissões de CO2 pela empresa”, adianta Tasso.

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